Após eleição coordenada pelo MPT, nova diretoria assume Sindicato dos Trabalhadores no Comércio

Escrito por Ascom em .

Gestão irá defender pauta de aproximadamente 80 mil trabalhadores que atuam no setor do comércio em Alagoas; junta governativa provisória organizou processo eleitoral, após antiga gestão ser afastada por irregularidades

Maceió/AL – Após uma eleição coordenada pelo Ministério Público do Trabalho (MPT), durante toda a última quarta-feira, 10, uma nova diretoria assumiu o Sindicato dos Empregados no Comércio de Alagoas (SECEA). A eleição aconteceu após MPT obter, judicialmente, o afastamento dos antigos diretores por irregularidades e a nomeação de uma Junta Governativa para assumir provisoriamente a direção do sindicato. 

Com1.491 votos de um total de 2.762, a chapa “Oposição de Verdade se Faz com Resistência” superou a disputa contra outras duas frentes de candidatos e venceu o pleito. Os eleitos assumirão a gestão do Sindicato pelo Quadriênio 2019-2022. A votação definiu a composição dos membros titulares e suplentes da Diretoria e do Conselho Fiscal do SECEA, que irão administrar as demandas de aproximadamente 80 mil trabalhadores ligados ao setor do comércio no estado.

O procurador do MPT Cássio Araújo, responsável pela coordenação da eleição, ressaltou a importância da votação como ferramenta democrática à disposição dos trabalhadores, para elegerem uma direção que os representará na defesa dos seus direitos. 

"O sindicato é um instrumento de luta que os trabalhadores possuem e que nasceu no capitalismo industrial no final do Século XVIII, início do Século XIX, na Inglaterra. Ele se expandiu pelo mundo juntamente com tal forma de organização da economia. Serve como contraponto à natural exploração econômica existente. Com isso, o sistema encontra um equilíbrio necessário, no qual os trabalhadores tenham o mínimo de dignidade, e a economia encontre a necessária demanda para que ela, como um todo, possa funcionar a contento. Sendo assim, os sindicatos que defendem os interesses de seus representados são imprescindíveis para que o sistema econômico opere adequadamente sem sobressaltos de revoltas de expressão mais radical", explicou o procurador.

Já o servidor público José Moraes Júnior, integrante da Junta Governativa provisória, descreve o sentimento como o de “dever cumprido”: “Levando-se em conta as condições de trabalho encontradas e o lugar onde chegamos, dá para dizer que estamos realizados com o sucesso do processo eleitoral. Foram quase três mil votos de uma categoria que estava há muito tempo sem votar nos seus representantes, algo que significa muito. Há vários problemas a serem resolvidos, como o alto endividamento da entidade. Torcemos agora para que, após nossa colaboração, o sindicato possa voltar a andar nos trilhos”.

Para realizar a votação, um total de 47 urnas foram distribuídas em diversos pontos da capital, para facilitar o acesso dos trabalhadores comerciários. A contagem dos votos aconteceu ainda na noite de ontem, na sede do Ministério Público do Trabalho. Cerca de 300 profissionais, entre presidentes de mesa, mesários, escrutinadores e fiscais participaram do processo eleitoral.

Uma das novidades para buscar a lisura do pleito e a transparência no processo democrático foi a criação de um aplicativo para smartphone, de uso exclusivo dos organizadores da eleição. Em cada sessão, os mesários utilizaram o aplicativo para inserir os principais dados do votante, como forma de evitar votações com um mesmo CPF.

Confira aqui a ata de apuração da eleição e aqui a ata de posse da nova diretoria do Sindicato dos Empregados no Comércio de Alagoas.

Ação judicial

A ação judicial que levou a Junta Governativa ao SECEA teve início após o MPT acolher denúncia da Central Única dos Trabalhadores de Alagoas (CUT/AL), que apontou diversas irregularidades na eleição para a direção da entidade classista em 2009.

Segundo a procuradora do MPT Adir de Abreu, foram verificados “irregularidades e desmandos cometidos pelo presidente da entidade sindical na direção do processo eleitoral”, além da “falta de publicidade do prazo para inscrição das chapas”.

Uma das principais ilegalidades apontadas foi a falsificação de diversas assinaturas na lista de votantes da eleição. A fraude foi confirmada por exame pericial determinado pela Justiça do Trabalho. A permanência do mesmo grupo na direção do SECEA por quase 30 anos também foi destacada pela representante do MPT.

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