MPT apresenta ao CNJ situação de moradores e trabalhadores após rachaduras em bairros de Maceió

Escrito por Rafael Maia em .

Procuradora Rosemeire Lobo apresentou mapa de risco e ações realizadas pelo MPT para minimizar impactos; caso Pinheiro, que já está disponível em observatório nacional, será discutido no CNJ em sessão no dia 25 de junho

Maceió/AL – O Ministério Público do Trabalho (MPT) em Alagoas levou ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ), no dia 11 deste mês, em Brasília, a situação vivenciada por trabalhadores que residem e laboram nos bairros do Pinheiro, Mutange e Bebedouro. O objetivo foi integrar medidas que minimizem os impactos socioeconômicos e de meio ambiente de trabalho nas regiões afetadas por rachaduras.

A convite do conselheiro do CNJ Valdetário Monteiro - representante da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e integrante do Observatório Nacional CNJ/CNMP -, a procuradora do MPT Rosemeire Lobo apresentou o novo mapa de risco das regiões, as consequências para a população e as ações realizadas pelo Ministério Público do Trabalho para diminuir prejuízos e buscar futuras responsabilizações pelos danos sofridos. As informações apresentadas pela procuradora servirão de base para reunião do observatório nacional, no dia 25 de junho, em Brasília, onde o caso Pinheiro será apresentado em sessão no CNJ.

“O convite do CNJ para a apresentação da atuação do MPT e da situação do caso Pinheiro leva a questão para o âmbito nacional, mais especificamente no que tange aos trabalhos do CNJ e do CNMP e do observatório criado agora em maio. Isso reforça as ações, dá um suporte melhor às ações e viabiliza, com mais agilidade, as necessidades da população das três áreas atingidas”, enfatizou a procuradora Rosemeire Lobo.

Procuradora Rosemeire Lobo levou ao CNJ situação dos bairros afetados por rachaduras (Divulgação)
Procuradora Rosemeire Lobo levou ao CNJ situação dos bairros afetados por rachaduras (Divulgação)

No dia 25 de junho, deverão participar da reunião do observatório o Ministério Público do Trabalho, as Defesas Civis, as Defensorias Públicas, o Tribunal de Contas da União (TCU), a Controladoria Geral da União (CGU), a Advocacia Geral da União (AGU), governadores, prefeitos e representantes de outras instituições. A reunião deverá contar com a participação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli; da procuradora-geral da República, Raquel Dodge; dos conselheiros do CNJ, Valdetário Monteiro e Maria Tereza Gomes; além de conselheiros do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) que integram o observatório.

A pedido da conselheira Maria Tereza Gomes, a procuradora Rosemeire Lobo deve solicitar aos órgãos competentes um levantamento sobre a população total das áreas atingidas e valor médio do IPTU nos três bairros – este último para identificar o valor venal dos imóveis atingidos. Todas ações já realizadas pelo MPT em Alagoas sobre o caso Pinheiro serão disponibilizadas em uma timeline na página do observatório, em http://observatorionacional.cnj.jus.br/observatorionacional/.

O observatório nacional do CNJ/CNMP reúne casos complexos de grande impacto e repercussão no país, como os casos de Brumadinho, Mariana e chacina de Unaí e, desde maio deste ano, incluiu o caso Pinheiro.

Informações junto a instituições

Após solicitações que integram o inquérito civil sobre o caso Pinheiro, o Ministério Público do Trabalho já recebeu da Secretaria de Assistência Social de Maceió (Semas) um levantamento populacional de moradores das áreas afetadas e mais dados dos empreendedores da região e da Fecomércio. Os dados estão sendo analisados, tendo em vista a necessidade da delimitação geográfica e social das consequências geradas pela atividade de mineração na região.

Em audiências realizadas no MPT, instituições já se comprometeram a adotar medidas para minimizar impactos socioeconômicos. A Equatorial Alagoas deve analisar condições diferenciadas de atendimento e parcelamento de dívidas de energia; a Defesa Civil Municipal deve apresentar seu plano de trabalho voltado às regiões afetadas; e a Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM) esclareceu detalhes técnicos do novo mapa de feições.

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