Procurador do MPT defende ilegitimidade de reformas durante ato em defesa da Justiça do Trabalho

Escrito por Rafael Maia em .

Rafael Gazzaneo defendeu posição institucional do Ministério Público do Trabalho, ao afirmar que reformas trarão graves prejuízos à classe trabalhadora

Maceió/AL – Durante o ato público realizado na última sexta-feira, 31, que reuniu juízes, advogados, procuradores, servidores, auditores fiscais e movimentos sociais em defesa da Justiça do Trabalho, o procurador-chefe do Ministério Público do Trabalho (MPT) em Alagoas, Rafael Gazzaneo, defendeu que as reformas trabalhista e da previdência, bem como a Lei da Terceirização, são ilegítimas. Em seu discurso, Gazzaneo alertou a sociedade sobre a completa falta de legitimidade e de idoneidade das reformas que se originaram de um congresso repleto de pessoas acusadas de corrupção e partiram de um governo que teve origem em uma quartelada parlamentar.

Segundo o procurador, a Lei de Terceirização não traz segurança jurídica e representa um retrocesso que remete ao início do Século XX. “A Lei de Terceirização, na forma como foi votada, traz muita insegurança jurídica e, com certeza, não vai trazer a segurança que os empresários tanto propagam. A Lei de Terceirização constitui um retrocesso, já que vai aumentar a precarização, vai reduzir salários dos trabalhadores terceirizados, que ganharão menos do que aqueles que estão contratados diretamente”, disse.

Procurador Rafael Gazzaneo alertou sociedade sobre a completa falta de legitimidade e de idoneidade das reformas (Fotos: Rafael Maia/Ascom MPT-AL)
Procurador Rafael Gazzaneo alertou sociedade sobre a completa falta de legitimidade e de idoneidade das reformas (Fotos: Rafael Maia/Ascom MPT-AL)

Rafael Gazzaneo também criticou a proposta de reforma trabalhista, na qual o negociado irá se sobrepor ao legislado, e fez questão de destacar que as reformas propostas pelo Congresso Nacional apontam para a destruição do Art. 7º da Constituição Federal, onde estão previstos os direitos sociais. “A situação não é muito diferente em relação à reforma trabalhista. Todos que lidam com o Direito sabem que os acordos e convenções coletivas de trabalho existem para ampliar direitos, e à medida que o negociado venha prevalecer sobre o legislado e resulte em prejuízos para o trabalhador, a cláusula da CCT deve ser considerada ilícita”, ressaltou Gazzaneo.

Gazzaneo destacou que reformas apontam para a destruição de direitos sociais
Gazzaneo destacou que reformas apontam para a destruição de direitos sociais

Durante o ato, realizado em frente ao prédio da Justiça do Trabalho, o procurador-chefe do MPT em Alagoas voltou a criticar as declarações do Ministro Gilmar Mendes contra a Justiça do Trabalho. “Em uma declaração infeliz, o Ministro afirmou que a Justiça do Trabalho representa um aparelho que só se preocupa com a hiperproteção do trabalhador. Se ele está pensando que diminuiu a Justiça do Trabalho, na verdade ele empoderou a Justiça do Trabalho, porque o papel da Justiça e do Direito do Trabalho é garantir os direitos dos empregados, reduzindo as diferenças entre a parte forte e a parte fraca na relação laboral”, concluiu Gazzaneo.

No fim do ato, os participantes deram um abraço simbólico nos fóruns da Justiça do Trabalho. A mobilização, realizada em Tribunais do Trabalho de vários Estados, teve o objetivo de chamar a atenção da população para os relevantes serviços prestados pela Justiça do Trabalho e de alertar a sociedade para a constante ameaça de fragilização da Justiça do Trabalho e dos direitos sociais diante das reformas.

 

Com informações de Ascom TRT/AL

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