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Procurador do MPT aborda assédio moral em palestra para profissionais de saúde

Evento foi facilitado pela Justiça do Trabalho para orientar gestores e funcionários do Hospital Veredas, em Maceió

Maceió/AL – O Ministério Público do Trabalho (MPT) em Alagoas segue engajado no combate ao assédio moral no ambiente laboral, ao lado de instituições como o Tribunal Regional do Trabalho (TRT) e a Superintendência Regional do Trabalho e Emprego (SRTE). Nessa semana, o procurador do MPT Rodrigo Alencar participou de um evento voltado para gestores e funcionários do Hospital Veredas, em Maceió, em prol da prevenção e segurança do trabalhador da saúde. 

Em sua exposição, o membro do MPT falou sobre assédio moral interpessoal e institucional. Ele colocou que o assédio se dá em um conjunto de ações que prejudicam a saúde do trabalhador, como o isolamento, metas abusivas, uso de vocabulários inapropriados, tom de voz alta, entre outros. "Ser um bom profissional é ser respeitoso no trato. A ninguém é dado o direito de destratar", acrescentou.

De acordo com Rodrigo Alencar, é necessário dialogar com os trabalhadores, pois o ambiente laboral não pode ser estressante. "É preciso ser solidário, abrir canais de comunicação, a exemplo de ouvidorias, e, enfim, manter um espaço para acolher", afirmou o procurador do Trabalho, que comanda a Coordenadoria de Defesa do Meio Ambiente do Trabalho do MPT em Alagoas.

A juíza do Trabalho Carolina Bertrand, titular da Vara do Trabalho de Palmeira dos Índios e uma das gestoras Regionais do Programa Trabalho Seguro do TRT em Alagoas, também presente hospital. A magistrada falou sobre a cultura da prevenção de adoecimentos, do zelo com a saúde e com o bem-estar mental, bem como a importância de fornecer informações sobre o assédio moral.

Na ocasião, a Carolina Bertrand enalteceu a receptividade da equipe do hospital e apresentou as várias temáticas desenvolvidas pelo Programa Trabalho Seguro para os distintos segmentos de trabalhadores, a exemplo dos empregados da construção civil e dos trabalhadores rurais. Ela ainda enfatizou que o foco é discutir com a comunidade a "Violência no Trabalho" - tema do biênio 2018-2020. "Além disso, também estamos disseminando informações e alertando para os perigos relacionados ao assédio moral e aos adoecimentos mentais. Há estudos que apontam considerável número de enfermidades nos trabalhadores da saúde", observou.

Segundo a magistrada, o adoecimento psíquico mexe com as emoções. Ela destacou que há mais assédio moral no serviço público do que no privado. Em sua análise, é relevante ficar atento para não se efetivar uma comunicação violenta, pois uma palavra mal colocada é suficiente para instalar um problema.

Necessidade de interação

O coordenador de Recursos Humanos do Hospital Veredas, Cristiano Monteiro, falou sobre a relevância do momento para a empresa. "A unidade hospitalar tem se voltado para as questões dos trabalhadores e ficado atenta e receptiva para interagir com todos, bem como fazer os oportunos ajustes para que o trabalhador se sinta bem e realizado no local de trabalho", disse.

Na sequência, o médico do trabalho Gerson Odilon Pereira frisou que a medicina do trabalho tem que escutar o empregado, ter sensibilidade e, até mesmo, realizar visitas. "Tudo que a pessoa precisa é de acolhimento e de compreensão da fase ruim que está passando. Essas atitudes salvam vidas", pontuou. Na oportunidade, Pereira descontraiu o ambiente declamando poesias da cultura popular nordestina.

No encerramento, o auditor-fiscal do Trabalho Lívio Gomes comentou que o assédio moral ocorre de forma silenciosa, e que tem recebido denúncias de trabalhadores muito abalados. Em sua avaliação, é preciso diálogo entre as pessoas. Ele também alertou para o uso das ferramentas eletrônicas e redes sociais, instrumentos que, segundo ele, são meios de se propagar problemas relacionados à temática assédio.

"Nós temos na sede da Superintendência Regional do Trabalho o setor de mediação, justamente para uma conversa com o trabalhador. Além disso, temos plantões às segundas, quartas e sextas-feiras. Estamos à disposição de todos", concluiu.

Com informações da Ascom do TRT/AL

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