Após destinar recursos, procuradora do MPT participa de inauguração da “Casa do Coração”
Centro prestará serviços de diagnóstico e tratamento de doenças cardíacas para usuários do SUS em Alagoas; MPT reverteu R$ 269.102,89 para instalações físicas de unidade de saúde
Maceió/AL – Representando o Ministério Público do Trabalho (MPT), a procuradora Rosemeire Lobo Lamarca participou, nesta segunda-feira (18), da inauguração da “Casa do Coração”, um centro de diagnóstico e tratamento de doenças cardíacas para usuários do Sistema Único de Saúde (SUS), em Maceió. O serviço atenderá pacientes com sequelas da Covid-19 e os que deixaram de seguir com o acompanhamento médico em virtude do distanciamento social.
A Procuradoria Regional do Trabalho da 19ª Região (Alagoas), por meio do 7º Ofício Geral, destinou R$ 269.102,89 para reforma e adaptação do prédio-sede da Casa do Coração, bem como para o pagamento dos primeiros meses de aluguel do centro comandado pela Sociedade Beneficente do Coração de Alagoas (Cordial). O valor tem origem no acordo judicial que o MPT firmou com a mineradora Braskem S.A e faz parte dos R$ 7 milhões reservados junto à Justiça do Trabalho para o enfrentamento da pandemia de Covid-19.
“Nesse momento, o MPT se aproxima da sociedade e mostra que não vive apenas de investigação e punição. Muitas vezes temos de ser firmes e fortes, utilizando dos instrumentos que a Constituição Federal e a leis nos oferecem. No entanto, essa mesma legislação também nos dá oportunidades de fazer trabalhos educativos e preventivos, como ocorre com a parceria em torno da Casa do Coração, uma parceria em benefício de todos”, disse Rosemeire Lamarca, que, na ocasião, também conheceu as instalações físicas da unidade de saúde.
Diretor-médico do Hospital do Coração de Alagoas e idealizador do projeto, o cardiologista Ricardo César comemorou a apresentação do centro para a sociedade: “Hoje é um dia muito feliz, o dia de inauguração da Casa do Coração. Uma casa com especialidade em cardiologia e que traz uma inovação: os laboratórios de patologia. Neles, médicos especialistas em hipertensão, coronárias, arritmia, entre outras áreas da cardiologia, cuidarão dos pacientes do SUS de uma forma diferenciada. Isso vai acrescentar muito não só ao diagnóstico, como também ao acompanhamento das doenças crônicas do coração”.
Aline Góes, gerente de projetos da Cordial, destacou o compromisso da associação sem fins lucrativos com os pacientes com doenças cardiológicas assistidos pelo SUS, como ocorre na “Casa do Coraçãozinho”, voltada para cardiopatia infantil. Agora o foco é assistir adultos e idosos.
“O Ministério Público do Trabalho chegou num momento essencial. Nós conseguimos equipamentos para realizar exames cardiovasculares e garantir estrutura de quatro consultórios. Estávamos adaptando-os para um espaço pequeno, destinado inicialmente só para crianças. Prestaríamos o serviço para todos os públicos num ambiente muito compacto. O MPT nos trouxe a possibilidade de adaptar o serviço em um espaço físico maior e assim viabilizar esta Casa do Coração”, lembrou Aline, que também agradeceu o apoio do Ministério da Saúde, Governo do Estado de Alagoas, Prefeitura de Maceió, Serviço Social da Indústria (Sesi), Centro Universitário Cesmac e Aloo Telecom.
Entre as autoridades presentes, estavam o prefeito de Maceió, João Henrique Caldas, o senador Rodrigo Cunha e o reitor do Cesmac, João Sampaio, além da diretoria da Cordial representada pelo seu presidente, o médico Cláudio Soriano, e do diretor executivo Otoni Veríssimo. O cardiologista Hemerson Casado também compareceu ao lançamento do centro e foi homenageado pelos serviços prestados à população alagoana.
UTI Virtual
A reversão de valores para as instalações físicas da Casa do Coração corresponde à segunda ação da parceria entre MPT e Cordial. Em 2020, foram destinados R$ 470.248,02 para execução do projeto “UTI Virtual Covid-19 Alagoas”, uma iniciativa que buscou salvar vidas e contribuiu com a saúde e segurança de profissionais da saúde.
O projeto implementou o serviço de telemedicina que viabilizou a decisão médica do tratamento da Covid-19 no estado. A estrutura da UTI Virtual facilitou a realização de atividades de teleorientação, telemonitoramento e teleinterconsulta, contribuindo, à distância, com o trabalho de profissionais intensivistas.
Assim, a iniciativa buscou agilizar a melhoria do quadro do paciente, diminuir o tempo de permanência dele nas dependências hospitalares, reduzir os riscos de contágio dos profissionais da saúde de uma forma geral e disponibilizar mais leitos em razão da possibilidade de cura do paciente internado.
As metas do projeto abrangiam o monitoramento de hospitais públicos ou filantrópicos, especificamente das Unidades de Terapia Intensiva (UTI); a orientação de, pelo menos, 300 profissionais da saúde que atuam nos leitos de UTI; e o monitoramento de parâmetros da doença de aproximadamente 90% dos pacientes graves internados nas UTIs da rede SUS de Alagoas.